Não forço a barra. Quer ficar, fique. Não quer, parta. Não fui feita para suportar migalhas. Meu pai me disse um dia: ‘mas é uma princesa essa menina’. Acreditei. Meu vestido brilha, tenho uma coroa no topo da cabeça. Não aceito metades, só inteiros.
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Calos na alma – não me arrependo. Eles se formaram de antigos sorrisos.
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É disso que gosto: amizade igual arco-íris. É tão colorida que arranca suspiros, e permanece sólida na chuva fina. Amizade carregada de aliança, cumplicidade, sorrisos tantos, aos montes. Amizade tão densa que se é possível tocar.
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Faz de conta que sempre fui sua... elimina os espaços, os acasos, os tombos, os minutos vazios... faz de conta que tudo é certeza, que o frio na barriga é só alegria – alma agitada de sonhos, coração de único dono (aliás, o que é a tristeza?).
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Não, não nego – tenho medos. Sou fraca, e quando vejo lá estou, me escondendo outra vez. Mas meu coração sussurra baixinho, me lembrando, me encorajando, dando força: menina, coloca na mão de teu Deus... ele te mostra o caminho.
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E Deus acontece assim – num sorriso, num abraço, num sol pra lá de ensolarado, naquela primeira estrela que me abana a mãozinha. Deus é simples pra mim... Ele está, Ele me preenche, me enche de certeza. É um Pai cuidadoso, que prepara todos os dias um milagre.
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Minha bisavó dizia, ame você mesma, e faça sofrer os garotos. Mas o coração é um ser pra lá de bagunçado - na intenção de acertar, inverteu a ordem.
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Eu sou agitada, egocêntrica, cheia de medos, cometo erros. Pronto – não precisa mais fazer fofoca, já te contei dos meus defeitos.
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Mais que laços, nós. E mãos que de tão entrelaçadas parecem uma. E corações que batem apressadamente, mas juntos. O sorriso compartilhado, e aquele assunto engraçado só nosso...