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Livro: O menino múltiplo
 Autor (a): Andrée Chedid
Editora: Martin Claret / Gênero: Crônica
Páginas: 265 / Ano: 2017
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        Oi gente, tudo bem? Hoje a resenha que trago aqui pra vocês é de um lançamento lindo, lindo da editora Martin Claret, O menino múltiplo, escrito por Andrée Chedid. Bom, de cara a gente já fica impressionado com a qualidade da publicação. Em capa dura, MARAVILHOSA, essa edição está de encher os olhos, uma capa que me deu vontade de imediato de ir a um parque de diversões, voltar a ser criança, comer algodão doce, e brincar no carrossel.


 


        Aliás, o tema central desse livro é justamente um carrossel. Mas esse doce brinquedo que lembra muito nossa infância é apenas pano de fundo para uma realidade cruel e devastadora: a guerra.

         Um livro narrado de forma bastante lírica, que em vários trechos me fez ler como se estivesse diante de um lindo poema escrito em forma de parágrafo. E como eu sou fã de escritas assim me apaixonei perdidamente pela delicadeza de AndréeChedid. A Martin Claret resolveu arriscar na tradução dessa autora aqui no Brasil, que até então não tinha nenhuma obra traduzida ainda na nossa terra tupiniquim. A editora acertou em cheio traduzindo essa obra (muito bem traduzida por sinal).


        Para você que gosta de um livro mais cabeça, essa é a pedida certa. Não é de forma alguma um livro com frases rebuscadas e enredo de difícil compreensão. Mas é um romance um pouco mais denso do que o habitual, e mexe com pormenores como: preconceito, guerra, relações familiares, sentimentos.


        Em relação à história, vamos conhecer Maxime, um empresário que resolve comprar um carrossel e restaurá-lo, para que passe a se sustentar do mesmo, e aposta todas suas fichas nesse investimento. Maxime reforma o carrossel e o faz lindamente funcionar, na praça central. Ele passa a ser a sensação da praça, atrai muitas crianças todos os dias e Maxime está muito satisfeito com o resultado do seu empreendimento. Sua família o chamou de maluco quando ele comprou o carrossel, mas agora pode mostrar para todo mundo que não foi uma ideia ruim - de jeito nenhum - foi a melhor ideia que já teve em sua vida.

        Tudo vai muito bem até o carrossel começar a perder a graça. As crianças das redondezas estão indo com menos frequência, Maxime está cada dia mais desanimado com a fluidez de pessoas que passam por ali, e o medo que o invade é o de pensar que talvez seus familiares no fundo estivessem corretos.

        Desanimado, numa bela manhã tira o toldo que cobre as poltronas do carrossel e se depara com um garoto dormindo nos bancos. Maxime logo resolve enxotá-lo dali, mas o garoto é insistente. Ele pede para dar uma volta no carrossel e pode pagar com serviços: ajudar a limpar ali e aqui. Maxime não quer encrenca com o garoto e não aceita, por achar que se trata de um garoto de rua. Mas o garoto retruca lhe dizendo que tem família sim, mas que está muito entediado já que tem que ficar em casa enquanto seus tios trabalham, sem nada para fazer. O garoto se apresenta: se chama Omar-Jo e veio do Líbano. O garoto também não tem um braço, mas não quer falar sobre isso.

        Maxime relutante aceita a oferta, e dia após dia o menino volta, oferecendo serviços seus “de graça” em troca de um pouco de aventura no carrossel. Omar-Jo porém não serve apenas para ajudar com a manutenção do carrossel. Ele é inteligente e espirituoso e começa a encenar peças teatrais para as crianças que ainda vem dar suas voltas no brinquedo gigante. Omar-Jo é aquele típico menino iluminado, que enche de cor por ondepassa, mesmo tendo dentro de si tanto cinza promovido pela guerra que viveu na qual perdeu seus pais. Maxime então passa a gostar do menino e uma grande história de amizade passa a acontecer entre os dois, naquele colorido carrossel.

        Li tão rápido esse livro, que quando vi já estava virando a última página. A história é simples, mas te envolve, e o lirismo com o qual foi escrita deixa um sabor suave a cada trecho. Comparei o livro várias vezes com “O Pequeno Príncipe”, acredito que talvez por conta de algumas das falas do garoto Omar-Jo, um dos personagens mais cativantes desse livro, em minha opinião.    Um livro realmente para ser apreciado e lido com suavidade, para degustar mesmo. Não imaginava que fosse gostar tanto dessa leitura, porque morro de medo de amar tanto uma capa e depois me decepcionar com o conteúdo hahaha, mas nesse caso fiquei muito feliz. Simplesmente adorei essa leitura! Recomendo muito! 





Sinopse:
Filho de pai muçulmano egípcio e mãe católica libanesa, Omar-Jo carrega suas origens no nome. Durante a guerra do Líbano, em 1987, um carro-bomba leva seus pais e seu braço. E o menino de doze anos é enviado pelo avô, trovador, a Paris. É onde ocorre o encontro do Oriente com o Ocidente, do menino-duplo com as luzes, as cores, os sons e os movimentos do Carrossel de Maxime; o rabugento proprietário que, pouco a pouco, reencontra com o menino, então múltiplo, a alegria de viver. Alteridade, amor e tolerância fazem parte do enredo poético. A ser lido em voz alta.

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3 Comentários

  1. s2 Gostei e que capa linda.


    bjokas

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    Respostas
    1. tá linda mesmo essa capa né? a história é linda também!

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  2. Hola! Qué fotos más bonitas le has hecho a este libro, yo tomé la foto de portada y he encontrado esta nota de casualidad (a través de mi foto), me alegro mucho de que te haya gustado (he leído tu nota con el traductor). La editorial ha sido súper amable y me ha enviado uno para que pudiera verlo y sí, realmente es precioso, a mí me ha hecho muy feliz ver mi foto tan bien aprovechada :)

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