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Livro: O inquisidor
 Autor (a): Catherine Jinks
Editora: Contexto / Gênero: Romance Histórico
Páginas: 400 / Ano: 2017
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        Oi oi gente! Tudo belezinha? Espero que sim! Hoje a resenha que trago aqui para vocês é de um tipo de romance que estou pouco acostumada a ler. Recebi esse livro em parceria com a editora Contexto e devo confessar que não imaginava que esse livro fosse me prender tanto. O Inquisidor, de Catherine Jinks é aquele tipo de livro capaz de te transportar através da história e de esmiuçar com detalhes riquíssimos (e não enfadonhos) uma França de 1318 extremamente incrustada nos seios da religião católica.
- Irmão, a maior de todas as derrotas é aquela planejada por traidores – afirmou padre Augustin.
        O selo Marco Polo é uma nova aposta da editora para publicação de romances históricos. Achei que iria me deparar talvez com um livro de detalhes muito rebuscados e de difícil leitura, mas pelo contrário, a escrita apesar de remontar a uma época muito antiga, não peca nos excessos de palavras difíceis o que facilitou muito eu me conectar com a história.
        Lógico que, alguns termos muito próprios da época como “os hereges” (que ou aquele que professa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja Católica como dogma; que ou aquele que professa uma heresia) ou o “Santo Ofício” precisei pesquisar um pouquinho sobre, para me situar melhor enquanto lia o livro. Mas nada que atrapalhe o entendimento, apenas termos que precisei me acostumar para avançar no conteúdo.
Padre Jacques chamava os hereges de “amontoado da escória”, suas casas de “antros pestilentos”. Ele não era, como diria Santo Agostinho, daqueles que unem seu coração ao dos anjos.
        Esse livro pode ser tudo: uma grande história de suspense; uma grande história de investigação; uma grande história de amor; uma grande história de fé. Esses temas se convergem e se intercalam, o que pra mim soou extremamente satisfatório. Gosto de histórias com grandes temas e divergentes, assim a leitura não fica nem um pouco monótona e agrada a vários tipos de leitores.
        O nosso protagonista é um padre. Padre Bernard. Ele narra todos os acontecimentos do livro como se estivesse confessando seus pecados a alguém. Mais à frente vamos descobrir a quem (e não vou contar quem, você terá que descobrir lendo o livro hahah). Padre Bernard é um inquisidor do Santo Ofício (o chamado Santo Ofício ou Inquisição foi uma instituição formada pelos tribunais da Igreja Católica para perseguir, julgar e punir pessoas acusadas de terem se desviado de seus ensinamentos – os hereges). Mas ele não gosta de utilizar em suas inquisições muito de força física e flagelo. Ele opta mais por manter em cárcere seus prisioneiros e ter conversas francas sobre o que está acontecendo. Quando seu superior falece e um novo inquisidor chefe chega a Lazet - o padre Augustin - parece que as coisas começam meio que sair dos trilhos.
        Padre Augustin chega questionando tudo. Ele quer levantar casos, verificar papéis, acompanhar de perto como o trabalho em Lazet está sendo realizado pelo Santo Ofício. Bernard começa a se sentir intimidado e um tanto incomodado em seguir as novas regras impostas por Augustin, mas não está na posição de questionar seus métodos.
        Todos nós sabemos que quem muito procura, acha. E Padre Augustin achou: uma terrível morte. Eles e seus guardas foram emboscados em uma clareira e brutalmente assassinados. Pedaços de seus corpos foram espalhados por toda Lazet, e foi difícil para os moradores das redondezas acreditarem no acontecido. Bernard ficou extremamente intrigado e não poderia deixar de investigar o ocorrido. Mas à medida que passa a investigar a morte de Augustin e sua relação com quatro mulheres que vivem suas vidas tranqüilas em uma casa distanciada em Lazet, descobre que talvez Padre Augustin seja detentor de alguns segredos.
        E em meio a mortes estranhas, um novo interesse por uma das mulheres da casa, a Johanna, e a vinda de um novo chefe inquisidor ignorante chamado Padre Pierre-Julien, Bernard vai ter que lutar com diversos acontecimentos para tentar salvar a sua pele e de suas novas protegidas.
        Olha, realmente fiquei presa nessa leitura. Eu queria devorar as páginas para saber o que iria acontecer com todos os envolvidos, mas principalmente com Bernard e as quatro mulheres, Johanna, Babilônia, Alcaya e Vitalia. Esses personagens foram muito marcantes para mim, e a autora soube explorar muito bem a inferioridade das mulheres na época (como dói ler linhas tão cruéis sobre nós mulheres), o fanatismo em relação ao que se entendia por pecado e não pecado dentro da igreja católica, e o contexto da época em geral. Esse livro é uma tremenda aula de história, com um grande incentivo: mortes a serem descobertas, segredos a serem revelados, amores improváveis que surgem. Um livro que fugiu do meu habitual, que me fez sair da zona de conforto e ler algo mais denso. Me senti engolida pela história, de uma forma muito boa. Recomendo essa leitura para quem gosta de história, mas não somente – para quem gosta de uma boa narrativa.
A busca pela verdade é tão longa e dolorosa quanto aquela por um homem em pais estrangeiro. O país precisa ser explorado, com muitos caminhos trilhados e muitas perguntas feitas, antes de conseguir encontrá-lo.  


Esse livro foi ambientado em: França, 1318

Principal tema: Santo Ofício
(abaixo algumas ilustrações que sugerem como eram feitas as inquisições de Inquisidores aos hereges pelo Santo Ofício)








Sinopse:
Em 1318, padre Augustin, um novo inquisidor, chega a Lazet, na França, disposto a rever processos antigos do Santo Ofício. Pouco tempo depois é brutalmente assassinado e seu subalterno, Padre Bernard, é encarregado da investigação. No entanto, ao tentar proteger quatro mulheres, ele próprio se torna suspeito por seus pares. Acusado de assassinato e perseguido como herege, Bernard terá que lutar por sua vida e a de suas protegidas. As violências praticadas em nome da religião, o intrincado jogo de interesses dos poderosos, o fanatismo, a caça às bruxas e as relações marcadas por luxúria, amor e traição fazem deste romance histórico uma narrativa arrebatadora e – por que não? – terrivelmente atual. 

Amor, crime, traição, fanatismo: uma trama surpreendente em um livro arrebatador sobre um dos períodos mais instigantes da história.

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