Editora: Martin Claret / Gênero: Medicina e Saúde
Páginas: 216 / Ano: 2017
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Oi
gente! Tudo bem? Vamos para a resenha de hoje? Um livro extremamente
interessante, que me deu muitas idéias e que foi caprichosamente publicado pela
Editora Martin Claret (que sempre arrasa MUITO nas edições, sempre pensadas com
carinho e de tirar o chapéu) – A literatura como remédio, os clássicos e a
saúde da alma, escrito por Dante Gallian foi uma grata surpresa. Desde que foi
lançado esse livro eu fiquei com vontade de ler. Adorei a capa, gostei muito da
escolha do apresentador do livro: o Leandro Karnal, um cara que admiro muito,
então o livro tinha todos os preceitos para me agradar, hahah, inclusive porque
fala do poder da leitura nas vidas das pessoas que se arriscam nadar os mares
das palavras.
Dante
vai justamente nos mostrar isso neste livro: sua experiência na implementação
de um laboratório de leitura, ao qual chamou de LabLei. Falando assim parece
extremamente raso, mas se engana o leitor. Esse livro é quase um TCC digamos
assim, pois mostra desde o objeto de estudo: a necessidade de implantar algo
novo em uma escola de medicina, onde a maioria dos alunos é extremamente
técnica e que tentam pensar friamente sobre seus atos e estudos, desde sua
implementação, suas conquistas, seus avanços e as coisas lindas que a leitura
promove na vida das pessoas.
Dante
teve essa ideia: de montar um laboratório de leitura, porque sempre gostou de
ler e queria aproximar mais os alunos. Resolveu começar com alguns. Começou com
pequenos artigos, que partilhava entre 5 a 6 pessoas, liam e depois discutiam o
que haviam lido. De repente a necessidade de leitura começou a crescer e
passaram então a ler livros. Livros clássicos, aqueles que a gente sempre quis
ler, mas por ser uma leitura mais difícil e cansativa, talvez precisasse de um empurrãozinho
a mais para acontecer. E o exercício era esse: todos leem o mesmo livro, depois
sentam por uma hora nas sextas feiras para falar dele. Os capítulos são determinados
semanalmente, tudo muito tranqüilo, para ser sentido como um prazer. Semana
após semana é discutido entre o grupo o que foi lido e como o que foi lido
tocou de diferentes formas cada pessoa. Esse mecanismo foi implementado
primeiramente justamente para isso, desacelerar um pouco, trazer de volta nas
pessoas à vontade de ler somente por prazer e nada a mais. E como sempre cada
momento conta com um coordenador, as leituras são compartilhadas e as dúvidas
sanadas, porque você não é obrigado e entender tudo em um livro clássico. A
beleza de compartilhar o que foi lido é justamente essa: as pessoas tem
diversas formas de ver um mesmo trecho que foi lido. E essa troca de
experiência é linda.
O
LabLei porém ficou conhecido na faculdade. Conhecido até demais. Logo outras
pessoas começaram a participar dos encontros. E o mais engraçado era que as
pessoas não procuravam o LabLei apenas pela experiência da leitura, já que ler
é uma coisa que se faz sozinho na maioria das vezes, você não precisa de outras
pessoas para ler um livro. Mas a partilha, o ouvir outras pessoas, o conversar
sobre a história, era um momento relaxante. Dante começou a perceber que as
pessoas procuravam o grupo porque ler e discutir sobre era um mecanismo riquíssimo
para driblar dramas, tristezas, solidões, e problemas. Muitos relatos das
pessoas que participaram do LabLei no livro enfatizam que ler um trecho de
algum livro ajudou a resolver um problema pelo qual estava passando no momento.
O
LabLei ficou tão conhecido que virou uma matéria na faculdade. Uma matéria
linda, que te convidava a ler um livro e a discutir sobre ele. Simples assim. A
prática de leitura também ficou conhecida no meio organizacional e a Natura
resolveu adotar esse modelo de “relaxamento” na empresa, e os frutos colhidos
desse trabalho foram os mais lindos.
Conforme
eu avançava na leitura, ficava cheia de uma alegria já de longa data conhecida
minha: eu sei o poder transformador que a leitura é capaz de empregar em cada
um de nós. Eu já senti esse poder, e isso é maravilhoso! Ver que mais pessoas
estão pensando nessa linha, e que projetos tão simples podem modificar tanto as
pessoas! Isso é lindo demais gente! Fiquei muito emocionada com essa leitura.
Os
livros que leio, sempre os procuro discutir com minha mãe (que é uma super
leitora também, até mais que eu hahah) e essas conversas já renderam tantas
reflexões boas! Acho que as melhores reflexões que já tive na vida. E às vezes a gente discorda, claro. E defendemos nosso ponto de vista. Mas quando
concordamos, quando nos complementamos, a sensação é demais! Esse livro me deu
umas ideais muito boas, que pretendo colocar em prática em breve. Acredito que
muitas organizações deveriam ler esse livro, para colocar em prática esse
modelo de laboratório de leitura. Modificar pessoas, fazê-las crescer. E nada
mais lindo que fazer isso através da leitura. Obrigada Dante, por espalhar o
seu conhecimento conosco em forma de livro. Também acredito no poder de cura
através da leitura!
[...] creio que deixei claro aqui a prescrição: desocupa-te, despreocupa-te e, sem pressa, desfruta do substancioso remédio da literatura. E, de preferência, tomando-o segundo a posologia do Laboratório de Leitura. Não te prometo a cura, mas garanto que, pelo menos, te sentirás cuidado e aliviado de tua pressa, preocupação, e, talvez, da tua solidão. O que não deixa de ser algo bastante importante para a saúde da alma. Não é mesmo?
Sinopse:
Não há dúvida de que a leitura dos grandes clássicos da literatura universal seja um meio privilegiado para o nosso desenvolvimento intelectual e cultural. Mas e se nos dissessem que, além disso, esta leitura pode nos curar de muitas doenças da alma? Baseado numa experiência desenvolvida originalmente numa escola de medicina, este livro fala sobre um experimento (o Laboratório de Leitura) que, partindo da leitura e discussão coletiva dos clássicos, tem propiciado um poderoso efeito humanizador e terapêutico que vem transformando a vida de muitas pessoas.
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VKP