Editora: Martin Claret / Gênero: Literatura Estrangeira / Infantil
Páginas: 296 / Ano: 2017
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Sinopse:
Descendente da aristocracia inglesa ― mas nascida e criada na Índia ― Mary Lennox é uma menina de dez anos que vê sua vida se transformar após a perda dos pais, obrigando-a a se mudar para a Inglaterra e morar com um tio que nunca conheceu. Em meio à mansão no condado de Yorkshire, Mary começa a desbravar os segredos escondidos ali, eliminando as ervas daninhas que encobrem os caminhos que levam ao secreto jardim e fazendo amizades que transformam sua trajetória e a de todos ao seu redor.
Oi,
oi pessoas lindas! Que lindo dia para publicar a resenha de um livro que fala
lindamente sobre jardins e sentimentos: hoje é a vez do livro O Jardim Secreto,
de Frances Hodgson Burnett figurar por aqui. Li em uma edição belíssima que a
editora Martin Claret publicou recentemente em 2017. Não preciso nem falar que
as edições da Martin Claret são minhas favoritas, porque eles capricham demais.
Essa edição está com ilustrações delicadas, e conta com uma capa vazada super
original e letras ótimas de serem lidas. Não daria menos que perfeito como nota
na edição.
[...] Havia uma porta, e Mary a empurrou lentamente para abri-la, e eles passaram juntos por ela, e Mary parou e acenou com a mão num gesto desafiador.
– É este – ela disse. – É um jardim secreto, e eu sou a única pessoa do mundo que quer que ele esteja vivo”.
Eu
já tinha assistido ao filme desse livro, quando era pequena (esse filme na verdade
repetia muito na sessão da tarde hahah, então nem me lembro de quantas vezes o
assisti, porque eu gostava muito). Mesmo assistindo mais de uma vez na infância
eu não me recordava muito bem da história, e depois de ler o livro, acho que o
livro é tremendamente mais doce, mas mesmo assim coloquei como meta assistir ao
filme novamente, só para ter um veredicto.
O
livro é narrado em terceira pessoa, e começa nos contando sobre uma garotinha
que perde seus pais e todos seus parentes na Índia para uma doença terrível.
Sozinha, precisa se mudar então para a Inglaterra onde tem um tio que ficará
com sua custódia. Mary, a garotinha, é uma criança que viveu a vida toda
odiando pessoas. Ela tem o temperamento muito forte e não se importa com mais
nada a não ser com ela mesma. Ela é rabugenta e ranzinza e muito teimosa. Porém
conforme conhece mais da propriedade de Yorkshire e de seus habitantes, vai se
tornando alguém diferente. A autora em todo momento nos mostra como é possível se
tornar alguém melhor, quando desejamos realmente sermos melhores. O
amadurecimento de cada personagem é incrível conforme a leitura avança e esse
amadurecimento deu um sentido todo especial a leitura.
- Dickon – disse ela -, você é tão bom quanto Martha disse que era. Eu gosto de você, e com você são cinco pessoas. Eu nunca pensei que gostaria de cinco pessoas”.
Mary
acha tudo muito estranho em sua nova casa. Há um tio, mas ela só o vê uma vez.
Ele é extremamente ausente. A casa parece guardar muitos segredos. A esposa do seu tio, ao que parece morreu faz
dez anos e desde então, seu tio deixou de cuidar do jardim predileto da esposa
e escondeu a chave, para que ninguém mais cuide. Conforme os dias passam, Mary
também descobre que tem um primo e que ele fica escondido em um quarto. Ele
sofre muito, pois acha que foi responsável pela morte da mãe. Não sai de sua
cama, se sente fraco muitas vezes e debilitado. E por ficar enclausurado,
também tem problemas de relacionamento, com crises de histeria freqüentes.
Mary
em suas andanças pela residência encontra a chave do jardim secreto, o jardim
que ninguém tem permissão de cuidar. E parece que depois dessa descoberta tudo
começa a tomar novo rumo e nova cor. Mary está obstinada a fazer reviver o
jardim, ela tem certeza que pode. E vai contar com a ajuda de Dickon, o irmão
de Martha, a emprega da casa para conseguir esse feito. Afinal, ele é um
encantador de animas e plantas, e sabe muito de jardinagem.
“O fato de o jardim estar trancado há tanto tempo é o que motivava a querer vê-lo. Parecia que ele devia ser diferente de outros lugares e que alguma coisa estranha devia ter acontecido a ele durante esses dez anos”.
Mary
vai se tornando outra pessoa conforme os dias passam – de repente ela está mais
feliz, come melhor, conversa com as pessoas – e se sente capaz de também
influenciar o pequeno Colin a ser alguém diferente. Ela vai o motivar a sair de
sua condição de doente e lhe contar diariamente o que vê no mundo lá fora, fora
de seu quarto. Colin começa a perceber o quanto de vida está perdendo, por estar
simplesmente aceitando sua condição de derrota, sem lutar. E ele fica encantando
com os relatos de avanço no Jardim Secreto. Ele quer ver as flores brotarem,
ele quer participar desse momento. Juntos, essas três crianças vão formar um
elo mágico de amizade, superação e aprendizado, que vai dar uma entonação pura
e bela para esse livro.
Eu
me senti encantada com a escrita de Frances. Apesar do livro ser um clássico e
ter sido escrito há bastante tempo, a escrita é muito fluída, e a tradução está
perfeita, pelo menos nessa edição que li. A história é inspiradora, nos faz ver
e sentir como é possível através da natureza nos modificar. Parece que as
crianças ao fazerem o jardim renascer estavam cultivando seu próprio coração e
vida. Cada trecho, cada palavra mexeu muito comigo nesse livro. Achei uma
leitura singela, prazerosa e muito esperançosa. Que delícia quando encontramos uma
leitura desse tipo em nosso caminho. A gente fica melhor e se sente melhor
depois de um livro assim.
Ele
faz refletir sobre perda, depressão e sobre as coisas que colocamos em nossas
cabeças que muitas vezes não são verdade. Faz enxergar que com força de vontade
é possível modificar quem somos. Que a força do nosso pensamento, quando
positiva, opera maravilhas em nossa vida. Pois é, eu não imaginava que um livro
assim, considerado infantil fosse trazer reflexões tão belas e significativas.
Ele não é nada raso, é super profundo, com ponderações belíssimas. Um clássico
para se ter na vida, com absoluta certeza. Indico demais essa leitura, que
virou favorita e me encantou tremendamente.
“- É claro que deve ter muita Mágica no mundo – ele disse sabiamente um dia, - mas as pessoas não sabem como ela é nem como fazer uma. Talvez o começo seja apenas dizer que coisas boas vão acontecer até você fazer com que elas aconteçam. Eu vou tentar e experimentar”.
Sinopse:
Descendente da aristocracia inglesa ― mas nascida e criada na Índia ― Mary Lennox é uma menina de dez anos que vê sua vida se transformar após a perda dos pais, obrigando-a a se mudar para a Inglaterra e morar com um tio que nunca conheceu. Em meio à mansão no condado de Yorkshire, Mary começa a desbravar os segredos escondidos ali, eliminando as ervas daninhas que encobrem os caminhos que levam ao secreto jardim e fazendo amizades que transformam sua trajetória e a de todos ao seu redor.